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         Para entender vida cristã, precisamos entender sobre piedade.

Infelizmente, essa palavra foi se deteriorando ao passar do tempo, O uso comum diz: “tenha piedade de mim,” como se limitasse o significado da palavra a um ato de caridade.

Quando a Bíblia usa a palavra piedade, abrange toda a vida cristã em todos os seus aspectos, em todas as suas peculiaridades. Piedade tem a ver com devoção, com a busca das coisas espirituais, a busca por tudo que se envolve com o reino de Deus. Piedade é a própria denominação de vida cristã, logo, quando usamos a expressão piedade, não estamos falando em alguma caridade, em algum ato de benfeitoria, estamos pensando justamente em vida cristã, em buscar a Deus, em desejar ter intimidade com Ele.                       Investimos tempo em alguns capítulos anteriores para conversar sobre os diferentes princípios éticos, e sobre as formas que as matrizes de pensamentos impulsionam as nossas decisões.

Na Bíblia, por exemplo, temos o livro de Provérbios que são máximas, conceitos que alimentam a nossa alma para ser o tipo de pessoa que toma a decisão correta.

Quando nos referimos a piedade, temos todo um arcabouço, uma série de significados, de doutrinas bíblicas que nos norteiam para sermos o que fomos planejados para ser.

 

Minha sugestão é que você assista às aulas sobre doutrinas da salvação, essas aulas te ajudarão a capturar a essência daquilo que norteará a sua ética cristã.

        Pensando especificamente neste capítulo, precisamos entender que o evangelho, e a obra de Cristo é o que nos norteia a tomar nossas decisões.

Escolhi um livro As Firmes Resoluções de Jonathan Edwards, um pastor notável que influenciou toda uma geração de Pastores depois dele e continua influenciando até hoje.

         Iremos pensar a vida cristã a partir de uma bibliografia, para que isso nos aproxime da realidade, assim nos ajudando a conectar à vida cristã, na prática. O exemplo de um pastor comum num lugar comum.

 

         Esse livro nos ajuda a esquadrinhar, a mergulhar sobre resoluções que ele tomou ainda muito o jovem e, ao escrever essas resoluções, tinha como objetivo que elas funcionassem como uma bússola para sua alma.

        Santidade Precisamos primeiro entender que santidade, tem a ver com essência, e essa essência afeta drasticamente o modo que eu me relaciono com a vida, com as pessoas, comigo mesmo e com Deus. Santidade não é um ritual, ou um ato formal. Santidade está longe de ser uma coisa ritualística, de quantas horas eu demoro orando, de quantos dons eu tenho, de quantos livros eu li, santidade se percebe nos relacionamentos.

Vida cristã precisa estar dominada por Deus, e a ética cristã debaixo do senhorio e domínio Dele. Significa que, quando eu decido, estou decidindo a partir de um lugar, estou decidido a partir de um ponto. George Whitefield e Jonathan Edwards são os dois personagens principais do primeiro grande avivamento (1700), depois da reforma protestante (1500). O pai de Jonathan Edwards estudou na universidade Harvard e. Edwards foi o terceiro reitor da universidade de Princeton, ficou lá por 5 meses, e logo depois faleceu. Esse avivamento impressiona pois não surge dentro de uma igreja específica, mas a partir do ambiente universitário, afetou as igrejas, a nação e de certa forma a todo mundo.

           Marcas da Obra do Espírito Santo Em 1741 Edwards escreveu as marcas de uma obra autêntica do Espírito Santo. Vamos contrastar o que ele disse em 1741 com o que comumente chamamos em nossos dias como sendo uma marca autêntica do Espírito Santo. Avalie!

       A 1ª marca: aumentar a consideração por Jesus Cristo, em outras palavras, quando o Espírito Santo está trabalhando na vida de alguém, esse alguém começa a se importar mais com Jesus Cristo. Essa preocupação, este cuidado em pensar em viver para Cristo, aumenta dentro do coração e não é simplesmente mais uma questão religiosa, denominacional ou qualquer coisa semelhante, a pessoa de Cristo se torna importante em uma medida totalmente nova. Se perguntarmos para muitos cristãos, e muito evangélicos, sobre qual a importância, qual lugar de Cristo, a maioria das respostas serão frases prontas, com Ele é tudo para mim.

          Obviamente essa resposta não está errada, mas há de se ter cuidado entre o abismo entre as respostas e a vida prática. Evidenciar na ética cristã a importância de Jesus Cristo quando o Espírito Santo está realmente agindo na vida de alguém é fundamental, como na resposta de Tomé ao vencer sua incredulidade. “E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu” João 20:28, Como você mostra que Cristo é importante para você?

       A 2ª marca: levar as pessoas a deixarem suas corrupções rumo ao reino de Deus. A justiça de Deus passa por uma percepção que existe alguma coisa que se corrompe dentro de nós e que devemos estar constantemente atentos a esse fato, buscando ser renovado pela graça do evangelho.

          A 3ª marca: aumento na fome de querer conhecer as coisas de Deus, especificamente estamos falando de Bíblia, de termos fome de conhecer a Palavra.

        A 4ª marca: as verdades do Evangelho começam a ser fundamentadas e deixam de ser uma questão muito longe, de um conto, uma lenda, de uma outra história que não a nossa. Essas verdades ganham um lugar incrivelmente vivido dentro da nossa mente e do nosso coração.

          A 5ª marca: o amor de Deus, pelas pessoas, se torna cada vez mais profundo e visível e, seremos pessoas que amam mais o próximo. Se temos cada vez menos interesse em cuidar, em se importar, em gostar de gente e afirmamos que o Espírito Santo está fazendo uma obra incrível em nós, estamos longe da verdade. Quando Espírito Santo age, se aprende a amar os outros, a se importar como Deus se importa. Intimidade não tem a ver então, com código ritual e habilidades, mas sim com a possibilidade que o Espírito Santo aja em nós e enxergarmos os pequeninos do Senhor, aqueles que estão nus os vestimos, aqueles que estão com fome e damos de comer, aquele que tem sede e damos de beber. Quando se começa a enxergar os pequeninos do Senhor, a intimidade começa a se tornar uma coisa real.

          Por volta do ano de 1900, parte da igreja começou a entender e ensinar os dons como evidência do Espírito Santo. O que aconteceu com a igreja que empobrecemos tanto em termos de conceito e conteúdo?

 

        Relembrando que estamos usando como referência As Firmes Resoluções de Jonathan Edwards, onde ele escreve as 70 resoluções como se fosse uma marca, uma indicação. Edwards quer saber para aonde vai e entende que é necessário ter uma referência para avaliar a própria vida, um ponto de comparação para ver se estamos fazendo ou apenas falando que fazemos em nome de Deus e cremos em seu poder. Estamos indo para onde cremos que deveríamos ou eu estamos tomando algum atalho? l

 

Como foram Escritas as Resoluções?

           O desejo de não perder os focos nas coisas espirituais ou de não perder o foco naquilo que considerava ser o mais importante o transformaram em um dos maiores pensadores de sua época nos Estados Unidos, influenciou e ainda influencia muitos cristãos até hoje. Jonathan Edwards buscava e pretendia colocar todas as áreas da sua vida, todas, sem exceção, debaixo do senhorio de Cristo. Podemos fazer essa relação como sendo o movimento de um jovem, querendo buscar a santidade. Mais uma vez, cuidado com que você entende como santidade. Santidade se revela na forma que nos relacionamos com a vida.

As resoluções de Edwards sobre como guiar a minha vida cristã e, sendo assim, elas se tornam diretrizes para auto, avaliação e tudo isso feito com base bíblica muito forte, porque ele realmente sabia de onde estava tirando as suas convicções, seus sentimentos, seus pensamentos. Tudo foi muito bem baseado biblicamente.

Ao escrever as suas resoluções, Edwards sabia que não tinha capacidade, que somente Deus é agente da Santificação. Ele quer a Santificação, mas sabe que não consegue produzir isso sozinho com suas mãos, ele depende de Deus para que isso seja produzido. Santificação não pode ser produzida por vontade pura. Vontade é importante, decisão é importante, esforço é importante, em nenhum momento estamos dizendo que essas coisas não são importantes, mas existe alguma coisa anterior a minha vontade, anterior ao esforço, anterior ao meu planejamento e a forma que construímos esse caminho.

 

          Edwards entendia que existe um motor, que tudo era obra da Graça, e era Deus que estava realizando em cima do esforço dele. Existe um casamento entre graça e esforço.

A graça produz, o esforço testemunha que tudo isso acontecia na dependência do Espírito. O esforço não substitui a graça, mas o esforço que não é acompanhado de graça é irrelevante. Por mais que se entenda, principalmente hoje vivendo em 2018, como esforço é importante para alcançar as coisas, e sabemos que sem esforço não conseguimos chegar em nenhum lugar, mas precisamos compreender que por baixo do esforço existe uma outra fonte existe, uma outra origem, que fará com que esse esforço ganhe significado. Se notarmos bem, perceberemos que há pessoas que se esforçam e outras não. Dentre as pessoas que se esforçam, perceberemos que existem esforços que não dão em nada e existem esforços que prosperam, existe esforço que se transforma em vida, existe esforço que se multiplica.

Não somente sobre sucesso profissional, mas também quando o esforço de alguma pessoa transforma a realidade em alguma coisa muito boa e muito positiva. ➔ O esforço na realidade do Brasil: Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o Brasil tem uma das cargas horárias de trabalho maiores em todo o mundo.

É fato que temos diversos feriados, mas, seguramente, nós somos um dos povos com maior ou entre a maior carga horária de trabalho do mundo.

Apesar disso, o esforço do brasileiro nem sempre se transforma em alguma coisa como o desenvolvimento ordem - e muito menos – progresso, dizeres presente em nossa bandeira.

Nem todo esforço alcança êxito e Jonathan estava justamente dizendo que existe uma peça que precisa se encaixar com o esforço e essa peça é graça. Edwards falava saber que era incapaz de fazer qualquer coisa sem ajuda de Deus e não presumia ter habilidade de cumprir esses votos sozinhos, ele pensava depender completamente do Espírito Santo.

A afirmação de Edwards é uma afirmação que precisamos ter, para decidir, para quando resolvemos fazer e dizemos: “eu quero fazer, eu planejo fazer, eu intenciono fazer”, mas antes de intencionar, saber que toda essa obra de santificação, conceituando de forma mais plena, é viver do jeito que Deus quer. Santificar não tem a ver com movimento daquilo que acontece exclusivamente dentro da igreja, santificação tem uma ver com movimento de viver em todos os lugares de forma que glorifique o nome do Senhor.

 

          Segue uma breve citação escrito em 1622: “Quarta-feira, 2 de janeiro de 1722-23. Inerte. Descobri, por experiência própria, que mesmo fazendo resoluções e elaborando tantas estratégias para cumpri-las, como nunca aconteceu antes, tudo isso é nada e não tem propósito algum sem o mover do Espírito de Deus. Se o Espírito de Deus deixasse de se manifestar em mim sempre, como ocorreu na semana passada, apesar de tudo o que faço, eu não cresceria, mas definharia e desvaneceria miseravelmente.” Uma coisa é tomar uma resolução, outra coisa completamente diferente é manter uma resolução, outra coisa ainda mais diferente é tomar uma resolução, manter a resolução e ver que essa resolução está frutificando de maneira adequada e que glorifique a Deus.

           São três coisas diferente tomar resolução, manter resolução e ver que essa resolução está frutificando de maneira que glorifique a Deus.

A próximo citação: “Quarta-feira, 9 de Janeiro. Noite. Enganoso é o meu coração, tomo uma firme resolução, mas tão cedo ela enfraquece.

15 de janeiro, terça-feira. Ai de mim! Como declino rápido ou quão fraco, quão instável, quão incapaz de fazer qualquer coisa sozinho.” Esse trecho revela uma situação muito comum, quando tomamos e sabemos que era a melhor coisa que se tinha para fazer, passa um tempo e percebemos que manter aquela resolução parece impossível. A sua decisão, conscientemente, é o melhor que podia ser feito, mas o dilema que surge é como sustentar as decisões. Chamo atenção para a primeira parte da citação, em 9 de janeiro, Edwards já estava triste, sabia que não estava tão forte. Em 15 de Janeiro ainda continuava triste, porque o tempo está passando e ele percebe que não consegue dar conta daquilo que tem a fazer.

         Em outras palavras: decidi, e agora? Muitas pessoas têm dificuldade de decidir, mas muitas pessoas têm uma dificuldade no passo seguinte, manter. Gente que não tem dificuldade com decisão e sim com o que acontece depois da decisão.

           A graça precisa encontrar tanto o esforço quanto as resoluções. Vamos pensar na tecnologia como exemplo, muitos pensaram que quando a tecnologia chegasse, a humanidade avançaria. Hoje temos um avanço tecnológico e percebemos que só a tecnologia não é suficiente para resolver os problemas do mundo, você precisa de tecnologia, mas você precisa de ética, você precisa de caráter para que essas pessoas usem a tecnologia na solução de problemas. Só a tecnologia não vai resolver problemas, tal qual com a educação, você precisa de educação que seja distribuída e você precisa de tecnologia que seja distribuída, você precisa de remédios que sejam distribuídos.

Esse esforço precisa encontrar dentro da realidade humana que há uma coisa anterior, e é mais poderosa ainda que o esforço humano, a graça. Edwards encontrava a mesma coisa que nós encontramos. Tomamos uma resolução, mas no outro dia, ou pior, às vezes até no mesmo dia, nos encontramos dentro de uma apatia, de uma fraqueza, que parecemos ser uma pessoa completamente diferente da que a instante tomou uma decisão.

          Ele entendia que a santidade, a ética e a vida cristã, perceba que estamos usando esses nomes agora como sinônimos, santidade, ética e vida cristã, vamos relacionar esses nomes para que isso comece a fazer mais sentido, então, dentro dessa estrutura de santidade, precisamos lutar para entrar em rendição completa a Deus.

           Parte do nosso problema ou parte central do nosso problema é que não somos seres completamente rendidos a Deus. Se Deus é o ser mais perfeito do universo e se nós estivermos rendidos a Deus, Ele nos levará aos melhores lugares possíveis, quanto menor a rendição, pior será.

         Edwards entende sobre uma coisa essencial, ele não se considerava dele, em nenhum aspecto, dizia: “Não sou meu, em nenhum aspecto, a minha língua, minha fala, meu corpo, eu não sou meu.” Para a vida cristã fazer sentido, eu preciso resolver a questão de propriedade, se eu resolvo a questão de propriedade, resolvo uma série de questões posteriores, a quem minha vida pertence, eu sou propriedade de quem. Uma coisa é eu viver na minha própria propriedade e outra coisa é eu viver na propriedade outra pessoa.

 

         Saber que a humildade é uma exigência, é completamente diferente de pensa que a submissão e a dedicação vão gerar santidade na minha vida. O que gera santidade na vida de alguém, e aqui está o primeiro desafio, não é o seu esforço, é o próprio Deus agindo em você.

     

           A Prioridade de todas as Resoluções? A prioridade na vida de Edwards era dar Glória a Deus. Ele dizia: “Farei tudo que considerar ser o mais importante, para a glória de Deus, resolvi fazer da Glória de Deus o sumo bônus, meu supremo bem.

Tudo que eu decidir fazer, eu decido fazer porque em última instância, sei que isso irá glorificar o nome do Senhor.” A ética cristã tem a ver em realizar uma série de coisas que no final, a consequência será glorificar a Deus. Por isso temos que abrir a nossa consciência de uma forma maior possível, porque dar glória a Deus não tem relação necessariamente com aquele ato do culto, ali dentro da igreja, a Glória a Deus é um movimento muito mais complexo. Edwards, pastor de uma igreja, recebeu convites para pastorear as igrejas mais influentes da época e ele entendeu que se fosse para aquelas igrejas não dariam glória Deus. Ele acabou numa tribo indígena ensinando para os índios, entendendo que naquele momento, a ação dele que mais glorificaria o nome senhor era cuidar de uma tribo de índios.

E é necessário que nós percebamos quais são as nossas motivações, o porquê de continuarmos.

             Concluímos que a ética cristã tem um diferencial incrível, não é que você não irá trabalhar, não tem a ver com que você não irá namorar, não tem a ver com que você não vai se divertir, tudo isso é fruto de uma percepção teológica equivocada. Mas o ponto central é o que nos move, o que nos impulsiona, podemos ter razões secundárias e egoístas ou podemos ser movidos em tudo para glória de Deus.

      Pense em trabalhar para glória de Deus, pense em comer e beber para glória de Deus, pense em viver e se relacionar para glória de Deus. A ética cristã é marcada por um princípio, tudo que você faz, você faz para a glória de Deus.

 

Bibliografia Jonathan Edwards, As Firmes Resoluções.Um pastor que foi importante no grande Avivamento ocorrido por volta de 1700. 8 Módelo 01 9

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